O Grêmio Esportivo e Social de Foz do Iguaçu (Gresfi) tem uma história rica e profundamente ligada ao desenvolvimento da cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. Sua origem está conectada ao primeiro aeroporto da região, o Aeroporto do Parque Nacional do Iguaçu, que foi inaugurado em 1941. Antes disso, o local já funcionava como um campo de aviação desde 1935, atendendo à necessidade de ligar Foz do Iguaçu ao resto do estado e do país, especialmente após a criação do Parque Nacional do Iguaçu, que atraiu mais visitantes à região.
O aeroporto foi projetado com um terminal de passageiros e uma torre de controle, sendo um marco arquitetônico desenhado por Ângelo Murgel. Ele desempenhou um papel importante na história local, recebendo figuras ilustres como o presidente Getúlio Vargas, em 1944, e funcionando como um ponto aduaneiro para entrada de estrangeiros no Brasil. Em 1970, suas operações foram transferidas para o novo Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu/Cataratas, e o prédio original foi desativado como instalação aeroportuária.
Foi nesse contexto que o Gresfi surgiu. Fundado em 15 de novembro de 1967, o clube nasceu da união de três agremiações locais: o Guairacá Esporte Clube (1945), o Grêmio Olavo Bilac (1951) e a Caixa Esportiva e Beneficente dos Graduados do 1º Batalhão de Fronteira (1965). Inicialmente criado por suboficiais, subtenentes e sargentos das Forças Armadas, o Gresfi assumiu as instalações do antigo aeroporto em 1972, após o imóvel ser cedido por Antônio Ferreira Damião Netto, seu antigo proprietário. O primeiro evento social realizado no espaço foi o carnaval de 1972, marcando o início de uma nova fase como um clube social e esportivo.
Desde então, o Gresfi se tornou um ponto de referência em Foz do Iguaçu, sediando eventos como bailes, formaturas e casamentos, e sendo um espaço de convivência para a comunidade. Sua localização central, próxima à Avenida JK, e a preservação do prédio histórico contribuíram para sua relevância. Em 2019, um projeto de extensão da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), coordenado por Pedro Louvain, pediu o tombamento do prédio como patrimônio cultural municipal, reconhecendo seu valor histórico e arquitetônico. Esse pedido foi deferido em 2024 pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, oficializando o Gresfi como parte do legado cultural da cidade.
Hoje, o local abriga o Espaço de Memória do Gresfi, uma iniciativa da UNILA em parceria com o clube, que resgata tanto a história do antigo aeroporto quanto a do próprio Gresfi. O espaço, aberto à visitação gratuita aos sábados, conta com exposições sobre a aviação, incluindo a influência de Santos Dumont — que visitou Foz em 1916 e foi pivotal na criação do Parque Nacional do Iguaçu —, além de objetos e documentos que narram a trajetória do clube e da região. Assim, o Gresfi é mais do que um clube: é um símbolo da identidade iguaçuense, conectando o passado aeronáutico e o presente comunitário de Foz do Iguaçu